Sem categoriaTerror noturno infantil e pesadelos: O que fazer em cada caso?

2 de junho de 2021
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Imagine a seguinte situação: Seu filho ou filha de 4 anos começa a gritar durante a noite, transpirando e se debatendo. O que você faria? É comum os pais ficarem preocupados, acreditando que está acontecendo algo muito ruim com a criança e, na tentativa de acalmá-la, acordam e levam o pequeno ou pequena para dormir com...

Imagine a seguinte situação: Seu filho ou filha de 4 anos começa a gritar durante a noite, transpirando e se debatendo. O que você faria? É comum os pais ficarem preocupados, acreditando que está acontecendo algo muito ruim com a criança e, na tentativa de acalmá-la, acordam e levam o pequeno ou pequena para dormir com eles. Nestes casos, não há certo ou errado. Cabe aos pais a decisão do que fazer, conforme os hábitos e sua forma de cuidar dos filhos. No entanto, vale entender o que pode estar acontecendo com a criança, para que a decisão de levá-la ou não para a cama, acordá-la ou não no meio da noite, seja tomada de forma consciente.

Nesta situação, provavelmente a criança viveu um pesadelo ou terror noturno infantil. Você sabe a diferença entre eles? Embora as manifestações sejam similares, são dois cenários bem distintos – que, portanto, visam tratativas distintas. Entenda mais sobre cada uma das situações com as dicas que preparamos! E, se você preferir, assista também o conteúdo em vídeo ao final do artigo.

O que é o pesadelo?

De acordo com Leonardo Martins, Doutor em Psicologia Social pela USP, o pesadelo acontece na fase “REM” do sono, que é aquela em que os olhos se movimentam rapidamente, ocorrendo em ciclos que se repetem em média de 4 a 5 vezes por noite. É nesta fase que sonhamos, o que dá abertura para termos pesadelos também.

Os pesadelos são mais comuns do que imaginamos: Uma pesquisa realizada em 2006 e em 2014, pela Universidade de Montreal, revelou que até 80% do conteúdo do sonho é, de alguma forma, ansiogênico, ou seja, promove sensações ruins, conhecidas como pesadelos. Porém, nós adultos conseguimos distinguir com facilidade o que é realidade e ilusão, e acabamos não nos abalando ou despertando em virtude de tal sonho. Mas as crianças, especialmente entre 3 e 4 anos, têm dificuldades de separar realidade e fantasia. Por isso, quando sonham com algo ruim, acordam e podem ficar confusas, com medo, na dúvida se aquele monstro é de verdade ou não, o que resulta em problemas para relaxar e voltar a dormir.

Em episódios de pesadelo, a criança lembra o que aconteceu e pode descrever em detalhes para os pais o que a assustou.

Em caso de pesadelo, o que os pais podem fazer?

  • Consolar e acalmar a criança
  • Explicar que o que aconteceu estava só na cabeça dela e não é real
  • Deixar com a criança algum objeto que ela goste (ursinho, cobertor, etc)
  • Conversar sobre o que pode estar preocupando ela
  • Desenvolver um ritual para a hora do sono, para que o pequeno ou a pequena desenvolva hábitos e técnicas capazes de relaxar e fazer voltar a dormir mais facilmente

O Terror Noturno Infantil

Diferente do pesadelo, o terror noturno infantil acontece na fase “Não-REM”. Conforme as teorias científicas sugerem, se deve provavelmente à imaturidade do sistema nervoso central da criança. Embora os pais possam se assustar, é algo natural e normal que aconteça com alguns pequenos e pequenas. Esse processo de maturação acontece aos poucos, de acordo com o crescimento, tornando os episódios cada vez mais raros, até se extinguirem de vez na adolescência.

Durante o terror noturno, que dura em média 15 minutos, a criança pode manifestar sinais de pânico intenso, conversar, gritar, chorar, se debater, ficar de olhos abertos ou se sentar na cama. E mesmo que esteja muito agitada, normalmente ela continua dormindo, não nota a presença dos pais e depois nem se lembra do que aconteceu.

Os episódios de terror noturno são relativamente comuns em crianças, e as pesquisas sugerem que não há prejuízos na vida delas, ou seja, não é algo que vá atrapalhar seu desenvolvimento. Os pais precisam ficar atentos se os episódios forem muito frequentes, como, por exemplo, todas as noites, mas, se acontecer uma ou duas vezes por semana, é mais provável que seja apenas uma fase.

Curiosamente, pesquisas indicam que pais que falam dormindo ou são sonâmbulos, têm mais chances de ter filhos com terror noturno!

Em caso de terror noturno, o que os pais podem fazer?

  • Acariciar, acalmando a criança através do toque
  • Esperar o momento passar
  • Não é necessário acordá-la

Família informada!

Tanto o pesadelo quanto o terror noturno raramente têm efeitos psicológicos negativos e duradouros sobre as crianças. Porém, são episódios que podem gerar dúvidas e sofrimento se a família não tiver as devidas orientações. Agora você poderá identificar melhor o comportamento do seu pequeno ou pequena durante o sono e saber quando é hora de procurar um profissional para ajudá-lo!

Fonte: Leiturinha

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